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TÍTULO - SÍNDROME COMPARTIMENTAL

Wednesday, October 28, 2020 12:00 AM


Título - Síndrome compartimental



A síndrome compartimental consiste na pressão aumentada do tecido dentro de um compartimento fascial apertado,o que resulta em isquemia do tecido.




O primeiro sintoma consiste em dor exagerada, proporcional ao grau da lesão. O diagnóstico é clínico, sendoem geral confirmado pela aferição da pressão compartimental.



O tratamento consiste em fasciotomia.


A síndrome compartimental é uma cascata de eventos que se auto-perpetua. Começa com o edema do tecido que

normalmente ocorre após a lesão (p. ex., por edema ou hematoma de partes moles). Se o edema ocorre dentro do compartimento fascial, normalmente, no compartimento anterior ou posterior da perna, há pouco espaço para expansão do tecido; dessa maneira, a pressão intersticial (compartimental) aumenta. À medida que a pressão compartimental excede a pressão capilar normal de cerca de 8 mmHg, a perfusão celular desacelera e com o tempo pode parar. (Nota: como 8 mmHg é muito menor que a pressão arterial, o fluxo celular pode estar ocluído bem antes do pulso desaparecer.) A isquemia tecidual resultante posteriormente piora o edema, e isso gera um círculo vicioso.


Conforme a isquemia progride, os músculos tornam-se necrosados, o que leva, às vezes, à rabdomiólise, infecções e hiperpotassemia, ameaçando a perda do membro e podendo levar ao óbito, caso não seja tratada.


Hipotensão ou insuficiência arterial pode comprometer a perfusão tecidual mesmo com pressão compartimental levemente elevada, causando ou piorando a síndrome compartimental. Podem aparecer contraturas depois da cicatrização dos tecidos necrosados.


A síndrome compartimental é fundamentalmente uma doença dos membros, sendo mais comum na parte inferior da perna e no antebraço. No entanto, a síndrome compartimental também pode ocorrer em outros locais (p. ex., no braço, no abdome e na região glútea).


Etiologia


Causas comuns da síndrome compartimental são:



Fraturas



Contusões graves ou lesões por esmagamento



Lesão de reperfusão após lesão vascular e reparo



Causas raras incluem mordidas de cobra, queimaduras esforço severo, superdosagem de fármaco (heroína, cocaína), gesso, curativosapertados e outros fechamentos rígidos que limitem o edema e, assim, aumentem a pressão compartimental. A pressão prolongada de um músculo durante o coma pode causar rabdomiólise.



Sinais e sintomas


O sintoma inicial da síndrome compartimental é o aumento da dor.


É tipicamente desproporcional à gravidade da lesão aparente, sendo agravada por estiramento passivo dosmúsculos no interior do compartimento. A dor, é um dos sintomas da isquemia do tecido, é seguida de outros 4: parestesia, paralisia, palidez e pulso ausente. Os compartimentos podem estar tensos à palpação.



Diagnóstico


Medida da pressão compartimental


Deve-se fazer o diagnóstico da síndrome compartimental e iniciar o tratamento antes de a palidez ou faltade pulso se desenvolver, indicando necrose. A avaliação clínica é difícil por várias razões:



  • Pode não haver sinais e sintomas típicos.

  • Os achados são inespecíficos porque achados semelhantes são às vezes causados pela própria fratura.

  • Muitos pacientes com trauma têm alteração do estado mental devido a outras lesões e/ou à sedação.

Portanto, em pacientes com alto risco de lesões, os médicos devem usar um limiar baixo para medir a pressãocompartimental (normal, ≤ 8 mmHg), geralmente com um monitor comercialmente disponível. A síndrome compartimental é confirmada se a pressão compartimental exceder 30 mmHg ou tiver cerca de 30 mmHg da pressão arterial diastólica.



Tratamento



Fasciotomia


O tratamento inicial da síndrome compartimental é a remoção de qualquer estrutura constritiva (p. ex.,gesso ou tala) em volta do membro, correção da hipotensão, analgesia e administração de suplementação de oxigênio, como necessário.



Normalmente, a menos que a pressão compartimental caia rapidamente e os sintomas diminuam, é necessáriofazer uma fasciotomia de urgência. A fasciotomia deve ser feita através de grandes incisões na pele para abrir todos os compartimentos da fácia no membro e, assim, aliviar a pressão. Deve-se inspecionar cuidosamente todos os músculos em termos de viabilidade,e qualquer tecido não viável deve ser desbridado.



A amputação é indicada se a necrose for extensa.

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